Fernando Casás

Artista experimental que vive entre Espanha e Brasil, Fernando Casás (Fernando Estarque Casás, Gondomar, 1946) desenvolveu desde finais dos anos sessenta uma obra inovadora, sempre ligada à memória, à energia e à passagem do tempo, desenvolvendo um projeto pessoal considerado pela crítica como precursor dos movimentos Arte e Natureza. A sua obra constitui um corpus complexo e difícil de contextualizar, uma vez que abandonou as regras tradicionais da arte e não está limitada por géneros, materiais ou pelas imposições do gosto contemporâneo.

Antes da ética do que da estética, este trabalho realiza-se de três formas paralelas e recorrentes: o lado desmaterializado [sensações de um momento que não se repete]; o trabalho efêmero [pequenas e íntimas incursões no ambiente]; e o que poderíamos chamar de trabalhos formais onde, transitando por diferentes suportes plásticos que vão desde o uso de material desgastado até novas tecnologias. Tanto os materiais como as linguagens utilizadas pelo artista nunca são definidores, mas expressivos dos diferentes conceitos presentes na sua obra.

Em 1989 ganhou o Prêmio Ibeu/Brasil-Estados Unidos com Amazonas, Black Series, considerado o melhor individual do ano na cidade do Rio de janeiro. Neste mesmo ano regressa para se estabelecer na Galiza. Em 1994 ganhou o Prémio Internacional Burgo das Nações da Universidade de Santiago de Compostela.

Fernando Casás trabalha a partir de pesquisas que resultaram em novos materiais e procedimentos, como vestígios arqueológicos, pintura por água, com os quais capta os movimentos de líquidos e o uso da fosforescência na obra de arte.